O tema de hoje centra-se sobre os
distúrbios alimentares. Iremos abordar dois distúrbios muito frequentes,
nomeadamente a Anorexia e a Bulimia.
O termo “distúrbio alimentar” refere-se,
regra geral, a distúrbios psicológicos que se caracterizam por graves anomalias
no comportamento de ingestão; isto significa que a origem deste distúrbio
assenta em alterações psicológicas. Os mais comuns são a anorexia e a bulimia
que afeta muito mais as mulheres que os homens, preferencialmente mulheres
jovens, e em sociedades desenvolvidas onde predomina e se dá enfase à magreza
da mulher. Parece que à medida que aumenta o nível de vida, aumenta o número de
pessoas com este distúrbio.
Vamos então esclarecer cada um destes
conceitos.
A
anorexia nervosa é um distúrbio grave da conduta alimentar em
que a pessoa que a sofre apresenta um peso inferior ao que seria de esperar
para a sua idade, sexo e cultura. O peso perde-se por uma redução extrema da
comida, e quase 50% das pessoas que sofrem usam também o vómito autoinduzido, o
abuso de laxantes ou diuréticos e o
exercício extenuante para perder peso.
Estas jovens apresentam um medo intenso
de engordar que não diminui à medida que perdem peso; queixam-se que se sentem
gordas, mesmo estando esqueléticas e podem demonstrar uma recusa em manter o
seu peso corporal acima do mínimo normal para a sua altura e idade.
Com estas alterações, estas mulheres
chegam a ter ausência dos seus ciclos menstruais, podendo em situações de risco
esta perda de peso exagerada conduzir à morte.
Por outro lado, temos a bulimia nervosa, que é outro distúrbio
grave da conduta alimentar, no qual muitos indivíduos, sobretudo mulheres,
apresentam frequentes episódios de ansiedade, habitualmente vomitam, ou mais
raramente tomam laxantes ou diuréticos para prevenir o aumento de peso. O vómito
é autoinduzido e geralmente diário e é acompanhado por um medo doentio de
engordar.
Estas mulheres, na sua maioria,
apresentam um peso normal, ainda que existam mulheres obesas. Geralmente são
mais velhas do que aquelas que têm anorexia. A média de idades situa-se nos
17anos.
Por ser um comportamento secreto, e não
acusar uma perda de peso tão acentuada, passa despercebida durante muito tempo.
Alguns fatores a que podemos estar atentos são os episódios recorrentes de
voracidade que estas apresentam, ou seja, consomem grandes quantidades de
comida num curto período de tempo. Têm uma sensação de falta de controlo durante
o episódio bulímico; utilizam regularmente o vómito, dietas restritas, e o
exercício físico para prevenir o aumento de peso; têm uma preocupação intensa
com o peso e as medidas, e a frequência mínima destes episódios é de dois por
semana.
Os
sentimentos que predominam em pacientes com estas
alterações, sejam anoréxicas sejam bulímicas, são negativos. Metidas num beco
sem saída da tentativa de controlo sobre a comida para mudar o seu corpo,
veem-se, por sua vez, controladas pelo problema.
Sentimentos de tristeza, ansiedade,
baixa auto estima e depressão podem estar associados. Observam-se por vezes
pensamentos circulares, repetitivos, persistentes sobre a comida e o peso,
quase que poderiam descrever-se como obsessivo-compulsivas. Chegam a pensar que
“se não me considero atraente, então não sirvo para nada”.
Todas estas alterações levam também à
diminuição da sua rede social. Devido às restrições sociais que se autoimpõem
para não serem observadas nem julgadas, favorecem uma certa fobia social, pois
ao fugir destas situações sentem-se mais relaxadas e por isso tendem a
evitá-las com mais frequência.
Visto ser uma problemática que além de
envolver as emoções, envolve o corpo e que pode levar à morte, esteja atento a
estes sinais, e se desconfia de alguém que esteja a sofrer desta problemática,
ajude-a e encaminhe-a o mais rapidamente possível para o seu médico e
psicólogo.
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