"O amor cura tudo", M. Klein.
O amor incondicional, a contingência que damos e recebemos é aquilo que nos faz sentir o quanto somos importantes.
"O amor pela palavra"

terça-feira, 28 de maio de 2013

O que é a Esquizofrenia?

Como tema de hoje temos a Esquizofrenia, muitas pessoas perguntam o que é a esquizofrenia? Quem adoece? Quais os sintomas? Qual a causa, e como evolui? Será que a família pode ajudar? Vamos hoje tentar responder as estas questões.
A esquizofrenia é uma das mais importantes doenças mentais existentes, considerada como devastadora pelas consequências que acarreta, tanto para o paciente como para a sua família. A sua prevalência é de aproximadamente 1% na população  e faz prever que existam cerca de 100 000 doentes com esquizofrenia em Portugal. O seu aparecimento é mais comum na adolescência ou inicio da idade adulta, sendo rara na infância ou após os 50 anos.
A esquizofrenia apresenta sintomas diversificados e complexos que incluem:
- Delírios
-   Alterações da perceção
-   Alucinações
-    Discurso desorganizado
-    O pensamento, os afetos, o comportamento, o contacto visual são também afetados, tal como evidência de anomalias motoras.
-     Surge frequentemente um quadro amotivacional, ou seja:
-   abulia que é uma falta de vontade e iniciativa ou desinteresse que se reflete no aspeto físico e na higiene pessoal,
- Anedonia, ou seja, não sentem satisfação em atividades que antes lhes proporcionavam grande prazer
-  apatia  pela atitude de não envolvimento e ausência de desejos,
-  um isolamento social pela recusa em sair com outras pessoas, e desinvestimento de relações intimas
-  existe um embotamento afetivo, ou seja, os sentimentos estão mais esbatidos e pouco expressivos, sendo para eles difícil exprimir sentimentos ou emoções e apresentam uma mimica facial pobre,
-  existe pobreza do discurso, comunicação pouco espontânea, limitada a algumas palavras e
-  problemas no conteúdo do pensamento que se torna pobre  e o diálogo difícil.

Para apoiar estes doentes é importante a existência de um programa integrado, onde o médico o psicólogo e o apoio ao paciente estejam presentes, assim como o apoio e a informação à família do paciente.
Os portadores de esquizofrenia, pelas características da própria doença, passam a maior parte do tempo com as suas famílias. Estes familiares também sofrem com o desgaste provocado pelo transtorno. A esquizofrenia pode então interferir nas relações familiares, provocar sentimentos negativos, como raiva, medo e angústia, pela sensação de impotência que os sintomas trazem.
A pessoa com esquizofrenia tem uma maior vulnerabilidade ao stress, ou seja, é menos tolerante e reage mal aquando de uma situação de sobrecarga emocional. Isto explica, por exemplo, porque um ambiente familiar negativo pode ser tão danoso à estabilidade ou porque muitos pacientes entram em crise em momentos de perigo, trauma ou stress.

A título de curiosidade, existem também alguns esquizofrénicos famosos, tal como John Forbes Nash Jr, um um reconhecido matemático, que apesar de sofrer desta perturbação, concebeu grandes feitos, sendo reconhecidos publicamente, o que significa que nem sempre a esquizofrenia leva a um estado de demência e estes poderão viver uma vida equilibrada em sociedade.

terça-feira, 21 de maio de 2013

O que é a Perturbação Obsessivo-compulsiva?


Hoje vamos falar de uma perturbação muito comum, denominada Perturbação obsessivo-compulsiva. E muitos perguntam, que perturbação é esta?
Digamos que esta perturbação é definida pela presença de pensamentos que incomodam a pessoa, quer porque surgem insistentemente, quer porque o seu conteúdo provoca ansiedade, mas, por mais que tentem, não conseguem livrar-se destes pensamentos.
É comum a pessoa sentir necessidade de repetir algumas ações várias vezes, sem nenhum motivo aparente.
Passarem muito tempo em atividades de limpeza pessoal, da casa ou dos objetos que os rodeiam.
Verificam frequentemente aquilo que fazem, dando origem a que as suas atividades de rotina diária levem muito tempo a ser executadas.
Preocupam-se também com questões de organização dos objetos, a sua localização correta e com a sua simetria.
Percebemos assim que esta é uma perturbação profundamente limitadora da qualidade de vida, por isso é importante que a pessoa procure acompanhamento terapêutico para minimizar as suas obsessões e compulsões.
Digamos que as obsessões são pensamentos, impulsos ou imagens mentais, desagradáveis, e que surgem de uma forma repetida e que resistem a ser expulsos da consciência. Estas obsessões originam um elevado desconforto e ansiedade e a pessoa sente-se compelida a fazer algo para reduzir esse mal-estar. Surgem, assim, as compulsões, ou rituais compulsivos, que acabam por cumprir uma função de controlo da ansiedade, ainda que inadequado. Estes comportamentos protetores são, na maior parte das vezes, comportamentos exteriores e, contrariamente às obsessões, que se passam na privacidade do espírito de cada um, tornam-se bastante visíveis para os outros.
Já sabe, se sofre desta perturbação procure ajuda, não continue em sofrimento.

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Como ajudar as crianças a enfrentar a perda de um ente querido?


O tema de hoje tem como objetivo tentar ajudar todos aqueles que vivem um momento de luto, no qual se encontram envolvidas crianças que perderam um ente querido. Este é um assunto muito difícil, triste e muitos não sabem como reagir ou agir perante uma situação destas. Afinal, quem gosta de falar com uma criança a respeito da morte? A resposta só poderá ser…ninguém.
Enquanto adultos, e sobretudo enquanto pais, o que querem é proteger os seus filhos de experiências dolorosas, e a morte de um ente querido é a mais dolorosa de todas.
Contudo, as crianças, tal como nós, também vivem a vida, não estão apenas a preparar-se para ela. E porque a morte faz parte da vida, não pode deixar de as tocar.
A infância é um tempo de ternura, e é com ternura que devemos abordar a questão da morte com as crianças. Também não existem fórmulas mágicas para suprimir o desgosto rapidamente e sem dor.
Quando existem crianças afetadas pela morte de alguém, há coisas que são importantes saber para se poder agir desde o primeiro momento e para as ajudar a ultrapassar o choque inicial, tendo em conta a sua idade.
Para vos ajudar, vamos falar sobre uma questão pertinente: como posso falar aos meus filhos a respeito da morte?
A resposta é simples, com amor e carinho, usando palavras simples e sinceras. Sente-se com eles num local sossegado, envolva-os num abraço e diga o que tem a dizer. Não tenha medo de utilizar palavras como “morreu” ou “morte”. Com frases curtas relate-lhes a morte do falecido e evite eufemismos para a morte, tais como “desapareceu”, ou “partiu para uma longa viagem”. Essas palavras podem alimentar os receios da criança de ter sido abandonada e dão origem a medo e a confusão.
Nunca diga que um ente querido “adormeceu”, pois isso fará com que a criança tenha medo de ir para a cama à noite. Muitas crianças perguntam: “o que quer dizer morreu?”, mais uma vez, use palavras simples e diretas: “significa que o corpo parou totalmente. Já não pode andar, respirar, comer, dormir, falar, ouvir ou sentir”.
Noutras oportunidades iremos abordar outras questões acerca desta temática que é tão difícil e tão menosprezada: a morte de um ente querido. 

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Doenças Psicossomáticas??


Hoje vamos perceber e definir o que são doenças psicossomáticas. Digamos que as doenças psicossomáticas, ou simplesmente somatizar, são sintomas ou doenças biológicas, com origem em fatores psicológicos. Isto porque existe um dualismo entre o corpo e a mente, e estas influenciam-se diretamente, logo, se a mente não está bem o corpo poderá ficar mal, originando algumas doenças.
As doenças e os sintomas psicossomáticos têm assim origem em emoções negativas internas e não exteriorizadas.
Os medos, as emoções reprimidas, os sentimentos de culpa, a rejeição, são exemplos de emoções que se não forem devidamente exteriorizadas, irão ter repercussões a nível psicológico e também a nível físico.
Está também provado que quando a pessoa se sente bem e faz coisas de que gosta, que lhe dá prazer, o organismo torna-se mais saudável, e o sistema imunitário aumenta também a sua eficiência.
Resumindo, é como se as emoções negativas nos tornassem muito mais propensos a doenças e sintomas.
Logo, é necessário, exteriorizar as emoções e fazer atividades que deem bem-estar e prazer. È muito importante aprender a transformar o sofrimento para não vir a sofrer desta problemática.

terça-feira, 7 de maio de 2013

Características do Autista


O tema que vos trago hoje é o Autismo. Vamos começar por tentar perceber o que é o autismo.
Este é definido como uma alteração "cerebral" / "comportamental" que afeta a capacidade da pessoa comunicar, de estabelecer relacionamentos e de responder apropriadamente ao ambiente que a rodeia.
O Autismo é uma Perturbação do Desenvolvimento que afeta muitos aspetos, tais como a forma como a criança compreende o mundo que a rodeia e o modo como aprende com as suas experiências. Estas crianças, não apresentam o desejo natural de contacto social, e a sua atenção e o reconhecimento dos outros não é para eles relevante.

As características essenciais da Perturbação Autística são a presença de um desenvolvimento acentuadamente anormal ou deficitário da interação e comunicação social e um repertório acentuadamente restritivo de atividades e interesses.
Embora as primeiras manifestações do autismo comecem sempre antes dos três anos, são muito raros os diagnósticos em bebes menores de 12 meses, pois, os sintomas nesta fase costumam ser insidiosos e obscuros.
Quase sempre, os primeiros sintomas são acompanhados de problemas persistentes de alimentação, falta de sono, excitabilidade inexplicável, condutas de pânico, medo de pessoas e lugares estranhos.
Na etapa ente os dois e cinco/seis anos, a imagem da criança alheia aos estímulos externos, encerrada em ações e rituais sem sentido, indiferente às pessoas, toma nesta idade sentido. Por vezes, surgem também as autoagressões e os balanceamentos.
Vou enumerar algumas características comuns do paciente autista:
·         Este tem dificuldade em estabelecer contacto com os olhos,
·         Parece surdo, apesar de não o ser,
·         Pode começar a desenvolver a linguagem, mas repentinamente ela é completamente interrompida.
·         Age como se não tomasse conhecimento do que acontece com os outros,
·         Por vezes ataca e fere outras pessoas mesmo que não existam motivos para isso,
·         Costuma estar inacessível perante as tentativas de comunicação das outras pessoas,
·         Não explora o ambiente e as novidades e costuma restringir-se e fixar-se em poucas coisas,
·         Apresenta certos gestos repetitivos e imotivados como balançar as mãos ou balançar-se,
·         Cheira, morde ou lambe os brinquedos e ou roupas,
·         Mostra-se insensível aos ferimentos podendo inclusive ferir-se intencionalmente.
·         Normalmente estas crianças falham no desenvolvimento de relações sociais com os pares, que seriam adequadas ao seu nível etário.
·         Pode também ocorrer uma ausência de busca espontânea, e da partilha de interesses com outras pessoas.
·         Atinge tanto as aptidões verbais como as não verbais.
·         Nos sujeitos que falam pode observar-se uma acentuada incapacidade na competência para iniciar ou manter uma conversação com os outros, ou um uso estereotipado ou repetitivo da linguagem.
Resumindo: esta perturbação pode manifestar-se por atraso ou desvio no desenvolvimento em cada uma destas áreas, antes dos três anos de idade:
         Interação Social;
         Linguagem usada na Comunicação Social;
         Jogo Simbólico ou Imaginativo.

Estas crianças com perturbação autista precisam de uma intervenção individualizada, nunca esquecendo que neste processo devem sempre estar envolvidos os pais, os professores e todos aqueles que são mais próximos e mais significativos para a criança e para o seu desenvolvimento.